terça-feira, 25 de outubro de 2011

Plebiscito: mais de 65% dos aptos a votar estão no "Parazinho" - Publicado no http://www.alanlemos.blogspot.com



Segundo os dados oficiais divulgados pelo TRE do Pará, precisamente 4.839.384 eleitores estão aptos a votar nos dois plebiscitos que decidirão sobre a divisão (ou não) do Pará, em 11 de dezembro de 2011. Desse total de inscritos, pouco mais de 65% (3.148.421) têm seus títulos nos 79 municípios que restariam ao Pará, caso dividido; ligeiramente mais que 20% (969.938) nos 39 municípios do virtual estado do Carajás e pouco menos de 15% (721.025) nos 26 do teórico estado do Tapajós (já incluindo aí Mojuí dos Campos, que ainda não foi instalado).
Para se ter noção, dos 10 maiores muncípios do Pará em número de eleitores, 6 estão no Parazinho (ou Pará residual), 3 no Carajás e apenas 1 no Tapajós.
O município-capital representa sozinho 20,6% do eleitorado (996.624), e somado com sua região metropolitana dá 28,8% (1.395.928). O Marajó pesa 5,9% (285.465) e o Nordeste Paraense (excluindo a região metropolitana de Belém) possui 36,2% dos eleitores (1.752.493). Essas três regiões totalizam o Parazinho. Os "candidatos a estado" somam quase 35%.
A superioridade demográfica e eleitoral da região residual (abriga quase dois terços da população em apenas 17% do território) pode não significar uma vantagem tão grande assim: espera-se um comparecimento maior nas regiões ditas separatistas. No primeiro turno das eleições de 2010 no Pará, houve um comparecimento de 78,8% - a tendência é um plebiscito atraia ainda menos votantes às urnas. No referendo sobre a venda de armas e munição em 2005, o comparecimento foi de 72% e o número de votos válidos representou 70,57% do número de aptos a votar.

Deixo aqui claro que esses plebiscitos não serão uma guerra entre regiões, mas sim contra ou a favor da decência. Afinal, não é porque a pessoa reside em Santarém ou Marabá que ela vai ser separatista. Eu mesmo conheço residentes dessas regiões que têm total clareza que o objetivo é politiqueiro - e não o tão romântico desenvolvimento, do qual alguns políticos andam falando por lá.
Algumas simulações
A - partindo-se do princípio que haja uma igualdade no comparecimento percentual em todas as regiões:
I. caso 70% dos votos válidos nas regiões separatistas sejam a favor da divisão e 30% contrários, a tese unionista precisará ter 60,8% dos votos na região residual para barrar a divisão.
II. se 80% dos votos válidos nas regiões separatistas forem a favor da divisão e 20% contrários, a proposta unionista precisará atingir 66,2% dos votos na região residual para impedir a separação
B - partindo-se do princípio que o comparecimento nas regiões separatistas seja 10% maior que na região residual (como, por exemplo 77% e 70% respectivamente):
III. na hipótese de que 70% dos votos válidos nas regiões separatistas sejam a favor da divisão e 30% contrários, a tese unionista precisará ter 61,9% dos válidos na região residual para impedir a secessão
IV. caso 80% dos votos válidos nas regiões separatistas sejam a favor da divisão e 20% contrários, a proposta unionista precisará ter 67,8% dos votos na região residual para impedir a separação
C - partindo-se do princípio que o comparecimento nas regiões separatistas seja 12,5% maior que na região residual (como, por exemplo 75% e 66,6...% respectivamente):
V. se 70% dos votos válidos nas regiões separatistas sejam a favor da divisão e 30% contrários, a tese unionista precisará ter 62,2% dos votos na região residual para barrar a divisão
VI.  na hipótese de 80% dos votos válidos nas regiões separatistas sejam a favor da divisão e 20% contrários, a proposta unionista precisará ter 68,2% dos votos na região residual para impedir a separação
Pesquisas eleitorais já apontam que no Parazinho a vantagem do não à divisão é hegemônica: na capital chega a 91%. No geral do atual Pará, as intenções de votos na não-divisão predominam. Que continue assim até o final.

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